Por que uma parte das empresas do agro ainda não investe em marca — e o que estão perdendo com isso
- João Bolsoni
- 29 de jul.
- 4 min de leitura
o paradoxo do agro
O agronegócio brasileiro é referência mundial em produtividade, tecnologia e inovação no campo.
Mas quando o assunto é comunicação de marca, a maioria das empresas ainda está presa no passado.
Trabalhar a marca ainda é visto como “coisa de cidade grande” — ou pior: como custo.
Essa resistência se traduz em logotipos ultrapassados, redes sociais genéricas e equipes comerciais desconectadas da proposta da empresa. Tudo isso compromete o valor percebido da marca no mercado.
Neste artigo, você vai entender por que as marcas que ignoram o branding estão perdendo mercado, margem e reconhecimento, além de como começar a construir um posicionamento forte no agro — sem perder essência.
Marca no agro: o que é e o que não é
Vamos alinhar conceitos antes de seguir.
Marca não é logotipo
Não é só “post bonito”
Não é design isolado
Marca é como sua empresa é percebida no mercado.É o conjunto de sinais visuais, verbais, culturais e emocionais que a sua marca transmite todos os dias — mesmo quando você não está por perto.
É o que marca as pessoas que têm contato com sua empresa.
👉 É o que você faz, fala e é.
Exemplo prático:
Uma revenda pode ter o melhor atendimento e os melhores insumos.Mas se ela não comunica isso com clareza e consistência, o cliente compara por preço, e não por valor.
Por que o agro ainda resiste a trabalhar a Marca
Essa resistência tem raízes profundas — culturais e operacionais:
🧱 Produção acima da percepção: foco total na entrega e zero em posicionamento.
📄 Comunicação técnica e institucional: marcas que falam só com agrônomos, e esquecem do mercado.
🚫 Falta de visão estratégica: marketing é tratado como execução, não como inteligência.
🕒 Busca por retorno imediato: branding é construção de médio/longo prazo, e o agro quer colheita sem plantio.
Insight tático:
O agro valoriza o boca a boca — e com razão.Mas branding potencializa o boca a boca. Quando bem feito, ele transforma a indicação em lembrança, reputação e desejo.
O que as empresas estão perdendo ao ignorar o branding
1. Margem de lucro
Sem diferenciação clara, o cliente negocia por preço.E preço baixo demais sem narrativa de valor corrói a saúde financeira.
2. Reconhecimento de mercado
Quem não se posiciona, não é lembrado.E quem não é lembrado, perde espaço — até para marcas inferiores.
3. Valor percebido
O valor percebido da marca influencia até quanto o distribuidor aceita pagar por um lote.Confiança encurta negociação.
4. Preferência em ambientes competitivos
Branding forte gera vontade de trabalhar com você — antes mesmo do orçamento.
Casos reais e sinais de que a marca está funcionando
Você sabe que sua marca está bem posicionada quando:
Seu slogan é repetido espontaneamente
Seus representantes falam com a mesma linguagem do Instagram
Clientes citam você com clareza (“aquela marca que faz tal coisa”)
Sua presença digital gera conversas no mundo físico
Exemplo real: Yerba Matte
A Ervais do Futuro — produtora de matéria-prima — criou o Yerba Matte, um refrigerante funcional à base de erva-mate.
Juntos, criamos:
Um nome com força e personalidade
Identidade visual pensada para o agro e o consumidor final
Posicionamento com storytelling regional e apelo de inovação
Distribuição gratuita com mais de 4.000 latas entregues
Zero reais em tráfego pago
O resultado?A marca saiu do RS, chegou ao PR, SP e foi até o Norte do país — só com força de marca e conteúdo.
Como começar a construir branding no agro — sem perder sua essência
Muita gente tem medo de modernizar a comunicação com receio de “perder a alma”.Mas a verdade é que branding não muda sua história — ele traduz sua essência para o presente.
1. Tenha uma identidade clara (não genérica)
“Qualidade, tradição e confiança” não é posicionamento. É ruído.
2. Crie uma narrativa verdadeira e atualizada
Mostre a origem, sim — mas conecte com temas modernos: sustentabilidade, rastreabilidade, bem-estar, funcionalidade.
3. Mantenha coerência entre todos os canais
Seu site, suas redes sociais, o discurso da sua equipe e sua embalagem precisam contar a mesma história.
4. Fale com quem decide, não com o ego da marca
Não escreva para impressionar concorrente. Escreva para convencer cliente.
Dica tática:Pergunte: “O que minha marca faz as pessoas sentirem?”Se a resposta for “nada”… você não tem branding. Tem um nome com CNPJ.
O agro que cresce é o agro que comunica com inteligência
Hoje, quem não constrói marca é trocado por preço.E preço baixo custa caro.
Não se trata de fazer “post bonitinho”.Trata-se de construir uma marca que:
Seja lembrada
Gere confiança
Amplifique o comercial
E represente sua história com visão de futuro
A Terra Tática ajuda empresas do agro a saírem do genérico e entrarem para o estratégico.
🚜 Quer construir uma marca agro com raiz e visão de mercado?
Fala com a gente.Vamos colocar sua marca no lugar certo:na mente e no coração de quem decide.
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